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Impactos dos saques do FGTS no mercado imobiliário e de locação

Liberação ampliada do fundo preocupa a construção civil e pode influenciar o acesso à habitação popular e as garantias de aluguel no Brasil

Impactos dos saques do FGTS no mercado imobiliário e de locação
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O setor da construção civil reagiu com preocupação à proposta do Governo Federal de liberar o saldo do FGTS para trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário. A medida, segundo especialistas, pode comprometer a sustentabilidade do fundo e afetar diretamente o financiamento da habitação popular no Brasil.

Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), alertou que a decisão pode ser prejudicial para o segmento, especialmente no que se refere à construção de moradias populares. "O FGTS é uma das principais fontes de financiamento da habitação de interesse social. A ampliação dos saques pode esvaziar os recursos disponíveis para o setor", afirmou.

A importância do FGTS para o financiamento habitacional pode ser observada nos dados recentes do setor. Pesquisas apontam que o uso do FGTS como entrada na compra de imóveis pelo programa Minha Casa, Minha Vida caiu de 73% em 2020 para apenas 30% em 2024. Essa redução reflete a dificuldade crescente de famílias de baixa renda em acessar crédito para aquisição de moradias.

Impactos no mercado imobiliário e na locação

A liberação ampliada dos recursos do FGTS pode ter impactos diretos no mercado imobiliário, especialmente no segmento de habitação popular. Com menos recursos disponíveis para financiamentos, empresas do setor temem uma redução nos lançamentos de empreendimentos voltados para a população de baixa renda.

No estado de Mato Grosso, que tem apresentado crescimento expressivo no setor imobiliário, a preocupação é ainda maior. Municípios como Paranatinga, que dependem de investimentos habitacionais para atender à demanda da população, podem ser diretamente afetados pela possível escassez de recursos do fundo.

Paralelamente, o mercado de locação também enfrenta mudanças. Segundo o Índice de Confiança no Setor Imobiliário – Loft, feito em parceria com a Offerwise, a caução segue como a garantia de aluguel mais utilizada no Brasil, com 27% de preferência. No entanto, alternativas como fiador (18%), seguro-fiança (14%), título de capitalização (5%) e cessão fiduciária (2%) vêm ganhando espaço. A pesquisa, que entrevistou 1.200 pessoas de grandes capitais, também revelou que 15% dos inquilinos não utilizam garantia alguma, sinalizando oportunidades no setor.

Especialistas avaliam que a diminuição do uso do FGTS na compra de imóveis pode gerar um aumento na demanda por locação, impulsionando mudanças nas garantias exigidas pelos proprietários. Com menos acesso ao crédito, parte da população pode adiar a compra da casa própria e recorrer ao aluguel, fortalecendo esse segmento do mercado.

Alternativas e debate em andamento

Diante das críticas, o governo defende a proposta como uma maneira de dar mais liberdade financeira aos trabalhadores e estimular a economia. No entanto, entidades do setor da construção civil argumentam que a medida pode ter efeitos adversos a longo prazo, reduzindo a capacidade de investimento em habitação social.

O debate segue em andamento, com representantes da construção civil e do mercado de locação buscando diálogo com o governo para encontrar alternativas que preservem a sustentabilidade do FGTS sem comprometer o acesso da população à moradia. A expectativa é que nos próximos meses sejam discutidas soluções para equilibrar a necessidade de liquidez dos trabalhadores com a manutenção dos recursos para habitação e locação.

A evolução dessa proposta será acompanhada de perto por todo o setor, especialmente em estados como Mato Grosso, onde o impacto pode ser significativo para o desenvolvimento urbano e econômico das cidades.

 

FONTE/CRÉDITOS: Educativa FM 87,9
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